Fanny
Desencontros...
Solto
os meus pensamentos
na brisa das tuas lembranças
ténues e sorridentes.
Beijo a saudade da tua presença
e descubro-me no brilho
do teu silencioso olhar...
airosos murmúrios de palavras
suspensas no vazio do tempo.
Procuro-te...
Mergulho nos oceanos,
mares profundos e misteriosos
e não te encontro!
Percorro paisagens distantes,
longínquas
enfeitadas de esperança,
jardins belos... desconhecidos...
e não te encontro!
Vagueio pelo firmamento
perfumado de mistério...
e na sinfonia das estrelas
a lua canta os segredos da existência!
Vislumbro no espelho do tempo,
o roteiro de uma viagem
onde o nosso lugar ainda não
existe!
Procura
as tuas estrelas...
Mulher que estás só...de
alma ferida...não te atormentes!!!
Afasta as chuvas, os ventos, as
torrentes...
as tempestades do teu sentir.
Olha em redor...o que vês,
o que sentes?
Já sentiste os beijos da
aurora e os carinhos da Lua?
Já sentiste o abraço
do sol que te saúda ao amanhecer?
Sonha...mas te não te percas
nas falsas quimeras...
Não tropeces nas armadilhas
das (des)ilusões!!!
Sonha com as carícias risonhas
dos caminhos resplandecentes...
Sente a fragrância das flores
que te segredam os enigmas do teu
sofrer...
Acalma a presença das tuas
dores constantes
Apaga as ausências de um amor
errante e distante.
Queres chorar?
Então chora...liberta a alma
de falsas promessas.
O Tempo enxugará as lágrimas
sofridas
que afogam o teu ser em (in)finitas
desilusões.
Sorri...e abraça o teu viver...o
teu eterno renascer!!!
Alcança a magnitude dos teus
sonhos que se escondem em ti
e anseiam a liberdade das aves que
regressam na Primavera.
Devolve-te, busca a alegria das
tuas emoções
e solta-as no horizonte reluzente
da esperança.
Enfeita o teu olhar de Divina Luz...
e sente a brisa quente do doce alento
entoar as melodias da poesia no
teu coração.
Olha a noite da tua vida, mas não
te esqueças...
Procura as estrelas que brilham
dentro de ti!
Aquarela
de sonhos
Soltei-me
das amarras que me prendiam
Às utopias de uma vida sem
rumo e sem tempo.
Libertei-me das fantasias doentias
que me perseguiam,
Que emaranhavam minhas emoções,
meus sentimentos
E atrofiavam meus labirínticos
pensamentos.
No infinito... o eco grandioso da
minha alma
Silenciou as dúvidas e os
dilemas.
A Lua arredou as cortinas de seda
E eu vislumbrei o sorriso meigo
e calmo das estrelas
Iluminarem com poemas o meu suave
firmamento.
Sonhos vazios, sem cor que findaram...
Sonhos vivos e coloridos que querem
começar...
Agora sou a Rainha da Noite, do
Universo...
E pintarei o horizonte de sonhos
com o meu olhar
De cores azuis e serenas...aquarela
de mil versos.
Depois, a sinfonia festiva das estrelas
Entoará a minha secreta e
doce melodia.
Com êxtase e muita alegria,
Eu abraçarei o terno e saudoso
luar
E só então, eu poderei
recomeçar a sonhar!
Sonhos
cativos
No jardim dos meus sonhos
contemplo as flores, outrora perfumadas
de sentimentos meigos e surpreendentes.
Vejo pétalas de emoções
adormecidas
arrastadas pelos ventos da ilusão.
Saudades
dos momentos por acontecer,
das emoções guardadas
nos recantos do coração
camuflados pela razão.
Emoções...adiadas?
Talvez!!!
O tempo ...ditará o destino
que está escrito.
Busco-te em toda a parte...no infinito...
no Céu, na terra, no mar...
e é na noite que te reencontro
e vejo o teu olhar
emoldurado no brilho da lua e
e no sorriso das estrelas.
No tapete nocturno das nuvens
uma melodia acaricia as minhas lembranças
(e)ternas em mim,
habitantes de um tempo irreal.
Danço para ti, na certeza
que me verás
chegar em teus pensamentos,
Sentirás a minha suave fragrância
alojando-se em teu ser.
Sentirás o néctar
dos meus beijos
o embalo dos meus abraços
...
a loucura dos meus anseios.
Ilusões...ilusões...
só ilusões!!!
Sonhos cativos, algemados pelo tempo.
Fecho as portas dos meus olhos
e pergunto::" Onde estás?"
Um eco...um silêncio doirado
entoa na minha essência de
mulher.
Oiço a sinfonia da esperança
aprisionada
pelo tempo fora do tempo.
Adeus amor...
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