Haroldo
Alfredo Santos
Reflexos
Os
ecos dos versos
que,
às vezes, componho
e
falam de um sonho,
quimera ou canção,
são simples reflexos,
às
vezes, sem nexos,
são
versos inversos,
ou
versos reversos,
mas
sempre imersos
em
profunda emoção.
Explodem
da alma
em
sussurros, lamentos,
e
como um espelho, refletem
os
meus sentimentos.
E
me expõem as entranhas
o
tudo e a mente,
exteriorizando
do
fruto, a semente.
Estes
versos inversos
ou
versos reversos,
mesmo
sem nexos,
são
meros reflexos
de
um coração.
A
ótica da vida
Na
inviolabilidade do ser,
o
não ser.
Neste
mundo circo,
máscaras
afugentam
olhares
dissecantes.
Máscaras
conflitantes!
A
ótica,
Caótica,
Com
o princípio da refração,
Cria
gigantes,
que
não são!
E
não se sabe nada.
O
espaço é aberto
e,
o que é certo,
Inocupável.
Mas
está sempre repleto.
Cheio
de fantasia!
Incógnita
Incógnita,
penetras
no meu ser.
E,
desconhecida,
sais,
sem
deixar
sequer
sinais.
Sol
de minh'alma
Tu
és sol
Em
minh'alma.
Se
perdes o brilho,
que
seremos?
Serás?
Serei
eu?
Não
sei.
Mas,
enquanto, que faremos?
Para
não nos perdemos,
unamos-nos
num
só ser.
Mal
de viver
Se
triste quedo-me a pensar na vida,
e
não percebo da ferida a cura,
de
que me vale então a humana lida,
se
o mundo é feito apenas de amargura?
De
que, se a vida passa entretecida
de
desdém, dissabor e desventura,
e
nunca se consegue (Ó triste vida!)
ter
nesta vida a vida bem segura?
Assim
prossegue a vida triste e incerta
por
esta rota mal traçada e aberta
às
dores todas, cujo fim é a morte...
É
certo que, ao chegar o fim da vida,
a
gente encontra a cura da ferida,
mas...
já chegado o fim... Falta de sorte!
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