Edson
Andrade
Então,
tu, linda visão que ora passas,
Como
a cadente estrela fugidia,
Vai-te
afogar no mar em sete braças
Para
fugir-me ao porto em pleno dia?
Por
que me és efêmera, mulher?
Vida,
não, não sejas tão fugaz!
Vem,
dá-me alento, dá-me teu talher
Derramando
ilusão que me apraz.
O
Amor em mim é um barco à deriva
Açoitado
mas nunca em movimento
mercê
de sua própria conjuntura.
E
eu, louco, agarrá-lo quero assim
Para
afastar o efêmero de mim
E
me perder nos braços da loucura.
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