Manuel
Maria Barbosa du Bocage
Meu
ser evaporei na lida insana
Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava.
Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu
sonhava
Em mim quase imortal a essência
humana.
De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem
dana.
Prazeres, sócios meus e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não
coube,
No abismo vos sumio dos desenganos.
Deos, oh Deos!... Quando a morte
a luz me roube,
Ganhe num momento o que perderam
anos,
Saiba morrer o que viver não soube.