22 anos de FAFIL
Realmente a comemoração de vinte e dois anos de FACULDADE DE FILOSOFIA dá-me a sensação da rapidez de passagem do tempo porque até parece que foi ontem! Uma recordação forte, muitas lembranças desde a primeira conversa com Baby e Mary Figueiredo, a inscrição para o vestibular, as aulas de francês e português, as idas e vindas à Secretaria para ver Adélia, e sentir o peso de autoridade de Isabel, eterna diretora que não sai do nosso coração! Nas salas de aula, as presenças de gente que ninguém poderia pensar viver ainda em bancos de escola: Dr. Maurício, Dr. Mourão, Dr. Hélio Moreira, irmãs do Colégio, Neuza Dias, Omar Peres, quanta gente também da Pedagogia, tantos e tantos nomes de valor!
Inaugurar a FAFIL era quase um abrir de portões do fechadíssimo Colégio Imaculada para o grande público, principalmente para os homens, classe que ali não tinha acesso a não ser quando professores de reconhecida respeitabilidade. Abrir as portas da FAFIL foi um renovar de atitudes, um início interessante de experiências, quando recatadas freiras se sentaram receosas de contaminação com o público externo, quando moças e moçoilas foram se afirmando nas primeiras mini-saias e uso de linguagem um tanto livre, em palavras novas da gíria nacional, idéias para época um tanto avançadas. Além de todas as sensações, mais a certeza de ser aquela a primeira escola de nível superior da região, um marco que mesmo os cegos poderiam ver e contar como escala de progresso. Tudo era motivo de curiosidade!
E os vinte e dois anos foram passando. Depois de Isabel, muitos diretores: Mary e Baby, Sônia Quadros, Dalva Vidas, Nazareno, Jorge Ponciano, Maria Lúcia, Yvonne Silveira, Antônio Jorge. Cada um imprime mais trabalho, inventa coisas, abre novas frentes de luta, discute e é discutido, manda e é mandado, que a coisa mais difícil do mundo é dirigir professores, segmento profissional à parte na criação da vida: Vinte e dois anos com uma galeria de alunos de todas as idades, de todos meios sociais, com uma diferença de níveis de cultura e vivência que até dá gosto a quem saiba olhar de perto e de longe. Quantos estudantes se tornaram professores e acabaram sustentando a escola, dando-lhe mais vida e até mais amor! Quantos professores na ânsia de aprender mais, também passaram pelas carteiras de alunos. Quantos!
De todas as considerações mais sagradas, agora que comemoramos estes vinte e dois anos, a mais importante para todos nós e para a cidade de Montes Claros é a devida ao velho prédio da FAFIL, antiga escola normal de tantos alunos ilustres. O nosso sobrado completa Cem Anos, um século, a primeira unidade de um milênio! É chegado o momento do nosso maior tributo de respeito aos que o construíram e a todas as gerações que o mantiveram de pé. Montes Claros muito deve aos serviços que nele foram prestados por quantos sempre acreditaram no conhecimento e na cultura, na ciência e nas artes. Com toa a certeza pelo bonito e charmoso sobrado da FAFIL passaram as mais brilhantes luzes da inteligência e do pensamento regional. Não pode haver maior riqueza!