“Cantigas de Clarice”
Vamos, maminha,
está chegando a hora da capelinha de melão, do pirulito-que-bate-bate,
do pintinho amarelinho. Tindolelê, oh que bela laranja madura, oh vapor
de cachoeira, oh dança da carrocinha! Pandolelê, pam, pam, fui
no mato caçar cipó, unidunitê. Roda morena, passará,
passará, perequito-maracanã, pois lá em cima do piano,
uma duna, tena. Vamos, maninha, florista bem garbosa, que tem na mão
direita uma roseira!
Vamos, Clarice, vamos. Esta’ chegando a hora de Montes Claros, está
chegando a hora de mostrar ao Brasil quanto vale esta terra, o seu povo, as
nossas paixões, o nosso amor. Chegaram, Clarice, os tempos de Montes
Claros, o nosso tempo, pois nunca esta cidade viveu tanto, tão intensamente,
pela música, pelas letras, pela poesia, pelas flores dos nossos jardins.
Montes Claros, Clarice, sua terra, nossa terra, é hoje um celeiro de
arte e beleza, no teatro, nas canções, na cerâmica, no jornalismo,
e porque não dizer, nos pilões e nas colheres-de-pau de João
de Paula, pirografadas com beleza e amor! Um encanto, maninha...
Venho agradecer o seu disco de Cantigas de Roda e Canções Infantis
do Norte de Minas Gerais, do Madrigal Infantil de Montes Claros, editado por
Marcus, amigo dos mais amigos, Clarice. Agradeço, não só
o meu e de Olímpia, com a sua dedicatória de “arte maior
para o coração maior”, recebido de sua mãos, no dia
do lançamento, naquela festa de gratidão e saudade. Agradeço,
Clarice, a gravação doada por você a Montes Claros, na mais
elevada ação de amor, mesclando sentimentos puros e maravilhosos
de companheiros como João Leopoldo, Andréa, Adélia, Tico,
Tino, Walmir, Tião, Diógenes, José Maria e José
Guimarães.
Agradeço, Clarice, as vozes de Rivana, Adriene, Aparecida, Ana Lúcia,
Luciana, Miriam, Marília, Cláudia, Maria Ângela, Juliana,
Maria Helena e Natalie, cada uma mais linda do que a outra, um encantamento.
Agradeço, Clarice, a participação de Hermes de Paula e
a já conhecida paixão de Marcus Pereira por tudo que é
nosso, ele que sabe chorar e sabe sorrir de amor, que gosta de crianças,
que adora tudo quanto é Brasil. Agradeço, Clarice, o Tavinho Moura,
a Tinhorão, sinceros amigos de Montes Claros, ouvintes e amantes da nossa
arte musical.
Bela iniciativa esta de juntar e gravar músicas que fazem parte dos nossos
dias de infância e juventude. Muito gratificante a lembrança evocada,
a saudade, a suave recordação. São Músicas gostosas,
interessantes, ricas de simplicidade, daquela simplicidade tão grata
à nossa memória de gente do sertão mineiro... gente tão
boa quanto você, Clarice. Música de gente fina, que é outra
coisa...
Parabéns e vamos pra frente, maninha!